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Retrato de Ana Paula Russo, aos microfones da Antena Dois

Sentava-se no estúdio num gracioso S.

Alta... Rolava consoantes bárbaras

varsóvicas, e as polidas de Amadeus,

Anunciando coros de anjos, árvores

<-orquestras, onde a música se lesse;

Em pão quotidiano a sua voz de mármore,

Ave que entre as folhas escondesse

O olhar luminoso, a cabeleira lábara...

E assim abria o seu festim de música

Em contraponto tendo outra voz Nobre

A arregaçar cortinas da manhã,

O Tempo, sentado ao lado cúmplice,

A janela um quadro que sob o vidro cobre

O silêncio onde se ouve a flauta de Pã...

Poema de JORGE GUIMARÃES (escrito em 15.11.2002 às 18:19:06)